O teu novo Eu…


O teu novo Eu…


Deixa que te diga: gostava bem mais do antigo.

Limito-me a olhar para as partes que me são mais familiares e numa postura um pouco autista, recuso-me a encarar todas essas facetas das quais agora te orgulhas e eu acho tão feias...

Criei em ti um Dr. Jekyll e um Mr. Hyde como forma de explicar o teu comportamento por vezes tão ignóbil e tão vil, tão incongruente com o que dizes.
Jamais aquela pessoa, que me recuso a esquecer e penso eu que de facto existiu, me faria passar por provações e dores atrozes como de facto veio a acontecer…

E doi, doi muito o facto de não conseguir reconhecer que na pessoa que era um mundo cheio de sol para ti, que agora e com esta mágoa se está a esfumar cada vez mais num mundo cheio de sombras.

Mais… a grande tristeza de constatar que o Mr. Hyde está a ganhar…

Teimosamente, continuo a olhar para os traços, agora mais ténues do teu antigo Eu, morrendo de medo do dia em que já não os consiga reconhecer no teu rosto e tu te tornes de vez nesse teu novo Eu, um estranho com o qual não tenho afinidade e com quem não partilho dos seus novos ideais.
Ainda insisto… mas o modo subtil revestido de uma normalidade com que tu me afastas, deixa-me cada mais fraca.

Penso que o fazes por eu ser o teu espelho, mas no qual não queres olhar por veres nele o teu antigo Eu e todas as marcas que o teu novo Eu tem deixado em mim.
Cicatrizes de alma, que jamais passarão.

O rochedo que o nosso amor forjou, está a diminuir a olhos vistos debaixo das intempéries consecutivas dos últimos anos… as ondas da rebentação têm feito os seus estragos e as marcas irão ficar como historial, mas resta saber se a pedra base desse rochedo é firme o suficiente para se continuar a aguentar ou se vai acabar desfeito na praia... e isso só o tempo o dirá…

  Talvez um dia, reencontre o teu antigo Eu... quiça num estranho...




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