Porquê que ainda te amo?

P.S.- nunca entendeu... nem alguma vez entenderá...


Afinal, está apenas na 3ª fase… a negociação… ver em baixo…

FACTO:

Como ainda não há uma ruptura clara e definitiva da tua parte (o indicado seria um corte radical) em relação ao teu passado recente com ela, o que lhe emite claros sinais de insegurança e alheamento, faz com que todo este processo se arraste por mais tempo, o desgaste é maior para todos e não podes pedir para que eu ignore o assunto, se tu ainda não o fizeste.

Se o facto de pôr para trás das costas e seguir em frente – é uma boa estratégia por um lado, por outro fazer de conta de que nada se passou é no mínimo naïf, se a ameaça dela persiste. Ao contrário do que seria normal e porque temos seguido os teus termos, pois uma vez que não abdicas do seu contacto (o que para outras pessoas seria impensável, a não ser para uma pessoa que é burra todos os dias e tem espírito de sofredora (deve ser porque sou do Sporting ou começo a desconfiar seriamente que sou masoquista)), não posso descurar as aproximações dela, devido ao perigo real de recaídas, pois até mesmo o vírus do sarampo pode recolher e voltar a manifestar-se mais tarde de uma forma fatal se não ficar bem tratado e como tu não és bom a seguir tratamentos...  Com isto estou a ser realista, apesar de te sentir um pouco mais forte nas tuas convicções.

Agora ela irá voltar à carga e tentar o compromisso, ignorando-me como sempre tem feito e aliciar-te como amante - não se importando agora já de ficar com esse papel da amante constante, desde que lhe dês o que ela quer – que é o magro resto que eu ainda possa ter de bom na nossa vida com carácter de exclusividade, mas sem a componente de te ter que lavar as cuecas, de te fazer o jantar ou pagar as contas.  

Estou a escrever-te isto, pois não tenho que fazer como as avestruzes e acho que estamos de facto no retomar de um caminho melhor e mais sólido, mas não podes descurar que este é de facto um perigo real e não julgues nunca que estás fora de perigo! Tu és neste momento um elemento dos  AA  - Alcoólicos/Amantes Anónimos em recuperação e tens de ter força para seguir com o programa!!!!

Agora, ‘distrai-te’ e enche-te de peninha dela... e logo vemos a história repetir-se…mas antes que isto ocorra, e dependendo apenas da tua postura e atitude, logo vejo se tenho que tomar as minhas providências… e tu sabes que querendo, posso ser bem mais engenhosa e corajosa do que os demais…

Amo-te de uma maneira da qual ainda não tens noção…mais tarde, espero que alcances…

De acordo com Elisabeth Klüber-Ross, perante uma catástrofe iminente, passamos por cinco fases diferentes:

Negação – a situação não é levada a sério. A dimensão do sofrimento é tal que afastamos totalmente esse cenário;

Raiva – quando finalmente tomamos consciência da situação, cresce em nós um sentimento de injustiça ("eu não mereço isto!") que provoca uma fúria que dispara em todas as direcções e sentidos;

Negociação – perante a evidência de que a raiva não é solução, o instinto de sobrevivência orienta-nos para uma estratégia em que oferecemos (tudo) o que estiver ao nosso alcance para obter mais algum tempo ou condescendência de quem supostamente tem o poder (o agressor, Deus, ou o destino, para quem acreditar nestes últimos);

Depressão – falhada a negociação, entramos num estado de prostração marcada que se caracteriza pela perda de energia e de interesse por actividades habitualmente percepcionadas como agradáveis;

Aceitação – compreendemos finalmente que não há nada a fazer, encarando com resignação o que nos está reservado.